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COLETYVA YNDEPENDENTE DE ESTUDOS NAS CYÊNCYAS E TECNOLOGYAS AFRYCANAS, YNDÝGENAS E DYASPÓRYCAS
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Coletyva Pyndorama
Ao pensarmos formas de resolver questões da atual crise social, ambiental, econômica, ética e política, não nos damos conta de que a raiz desses problemas está justamente no modo de vida que adotamos. Sem essa percepção, voltamos mais facilmente a atenção (e nossas expectativas) para as convenções contemporâneas tecnocapitalistas, esquecendo a riqueza de conhecimentos e de tecnologias que modos de vida tradicionais nos oferecem.
Os modos de vida negros (africanos e afrodiaspóricos) e indígenas (da Abya Ayala e das diásporas indígenas) já abordavam, muito antes do nosso modo de vida ocidental capitalista contemporâneo, a relação sustentável entre nós e de nós com os demais seres da Terra. Acreditamos que a ancestralidade, enquanto modo de vida, pode nos guiar rumo à resolução dos nossos problemas sociais, ambientais, econômicos e políticos. Essa ancestralidade nos convida a refletir sobre a vida e a nutrir uma nova relação com o tempo, com as coisas, com as pessoas e com todos os seres.
Essa ancestralidade nos mostra que o equilíbrio e a fluidez são a chave para todas as coisas e que a cura para todos os males sempre esteve na natureza. É por isso que nos modos de vida da ancestralidade negra e indígena tudo tem relação e integração entre si, visto que formamos um só corpo, um só todo.
Abordar conhecimentos e tecnologias das ancestralidades negras e indígenas não significa tratar de um modo de vida rudimentar, até porque a ancestralidade enquanto modo de vida é algo pulsante que só existe a partir das relações. Portanto, é algo vivo, que se atualiza e que é contemporâneo, inerente ao nosso tempo e ao nosso espaço.
Além do mais, num sentido de justiça histórica e cognitiva, se torna urgente que as instituições ocidentais, como a própria ciência, por exemplo, reconheçam o longo processo de apagamento que elas protagonizaram contra culturas negras e indígenas. Da mesma forma, entender que o mundo e a vida, podem ser descritos, pensados, vividos e construídos a partir de outras lógicas, outros fundamentos, outras éticas e outras matrizes civilizatórias. É este o nosso convite. Vem com a gente?!